terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Falhas na estação de tratamento contaminam lençol freático nas dunas da Lagoa da Conceição



Casan garante eficiência do sistema e denuncia clandestinos

imgEdson Rosa

FLORIANÓPOLIS

Daniel Queiroz/ND
Lagoa da Conceição pássaro
Situação de um dos principais cartões postais da Ilha é preocupante

Lugar de lendas e bruxas, a Lagoa da Conceição paga caro pela fama internacional que, a partir da década de 1980, substituiu a rotina pacata da vila de pescadores pelo ritmo acelerado do turismo sem planejamento. Favorecida pela omissão do poder público, a mesma especulação imobiliária que deu vida própria ao bairro cosmopolita é responsável, também, pela deterioração acentuada da mais importante bacia hidrográfica de Florianópolis.
O cheiro forte que causa náuseas em quem passeia pela avenida Osni Ortiga ou no centrinho ainda não inviabiliza atividades de lazer náutico, nem parece incomodar quem gosta da pesca. Mas afasta clientela dos restaurantes da orla, confirma a seccional local da Acif (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis), resultado das ligações clandestinas e do funcionamento inadequado do sistema de coleta e tratamento de esgoto, da Casan (Companhia Catarinense de Água e Saneamento).
Antiga e ineficiente, a ETE construída em área de preservação permanente, no meio das dunas entre a Lagoa e a praia da Joaquina, frequentemente não trata toda a carga de esgoto coletada. E contamina o manancial subterrâneo do aquífero Joaquina. “Isso é o que mais preocupa”, diz Roberto Silveira Fleischmann, diretor de atividades especiais do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Segundo ele, vistoria feita em abril constatou aumento dos pontos do lençol freático afetados por excesso de fósforo, nitrito, nitrato, além de coliformes fecais e totais.
“Os índices aceitáveis em três locais analisados estavam acima dos valores máximos permitidos pela legislação”, confirma Fleischmann. O mesmo diagnóstico foi reiterado em junho por técnicos da Fatma (Fundação Estadual do Meio Ambiente), apesar de a Casan afirmar que fez os reparos mais urgentes para manter o sistema sob controle.
Daniel Queiroz/ND
Lagoa de evaporação e infiltração, no meio das dunas
Lagoa de evaporação e infiltração deveria acumular apenas efluentes tratados

TCE identifica para multar responsáveis
Praticamente as mesmas irregularidades apontadas em abril deste ano já haviam sido constatadas em 2006 por técnicos da DAE (Diretoria de Atividades Especiais) do Tribunal de Contas do Estado. Como as determinações feitas em 2008 para implementação de medidas corretivas foram ignoradas, o que agravou a situação do lençol freático nas dunas, novo processo foi aberto pelo TCE. A meta é atingir o bolso de atuais e antigos diretores da Casan, que se omitiram diante da degradação ambiental recorrente e cada vez mais acentuada num dos mais importantes ecossistemas da Ilha.
Neste novo processo, os responsáveis terão amplo direito à defesa, mas devem ser multados caso não consigam justificar o descumprimento das determinações do TCE. “Neste caso, trata-se de multa personalíssima, ou seja, direcionada aos gestores, não à empresa”, explicou Roberto Vieira Fleischmann, diretor de atividades especiais do Tribunal de Contas. As principais determinações não cumpridas pela Casan são o correto tratamento do esgoto da ETE; o monitoramento da qualidade da água do lençol freático das dunas; e a retirada do lodo excedente na periodicidade adequada.
Em dezembro de 2008, o TCE exigiu da Casan a elaboração de plano de ação para correção das irregularidades apuradas. No ano seguinte, a Casan encaminhou o plano de ação solicitado, que passou a ser monitorado em processo específico, para verificação das ações com vistas à resolução das irregularidades.
Além de reiterar as determinações já feitas no processo anterior, o Tribunal determinou que a Casan enviasse periodicamente relatórios parciais. Foram enviados quatro relatórios parciais, entre 2009 e 2011. Além disso, a equipe técnica do TCE fez novas vistorias no local: em 26 de maio de 2009, oito de novembro de 2011, 15 de fevereiro de 2012 e 24 de abril de 2012.
Daniel Queiroz/ND
Lagoa da Conceição
Efluentes sem tratamento também são despejados na lagoa, que faz parte da última etapa do processo
Estação funciona sem análise laboratoria
A Casan, segundo os técnicos do TCE, cumpriu apenas 40% das determinações, e implementou 66,67% das recomendações. No caso das condições do efluente da Lagoa da Conceição, foi constatada a falta de análise laboratorial quinzenal, conforme estipulado no manual da ETE. Além disso, o Laboratório de Análises não vinha procedendo a análise do parâmetro “detergente”.
Também não eram respeitados o VPM (Valor Máximo Permitido) de nitrogênio amoniacal, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo total, sólidos sedimentáveis, óleos e graxas e coliformes fecais e totais. A consequência, segundo Fleischmann, é a piora no tratamento do esgoto desde a auditoria operacional de 2006. A Casan deixou de coletar e fazer a análise laboratorial da qualidade da água do lençol freático em setembro e dezembro de 2010, ignorando o manual da ETE.
O período máximo para retirada do lodo produzido pela estação, estabelecido em 76 dias, não foi respeitado. Em determinado período, entre agosto de 2009 e junho de 2010, por exemplo, a Casan levou 300 dias para fazer a operação. Segundo destaca o relatório do TCE, a permanência por muito tempo do lodo na estação potencializa um possível extravasamento para a lagoa de evapo-infiltração, comprometendo assim todo o lençol freático do entorno e a eficácia do tratamento de esgoto.
Estatal tenta se readequar
Apesar da degradação ambiental acelerada, a Casan garante que a ETE atende cerca de 60% da população da Lagoa, em torno de 7.000 pessoas. O sistema, segundo a empresa, é considerado eficiente por laudos ambientais, com efluentes em nível secundário encaminhados para uma lagoa artificial nas dunas, onde ocorre os processos de vaporização e infiltração.
Acusada de agravar a degradação ambiental, a empresa se defende. Garante que a poluição das águas é resultado das ligações irregulares à rede pluvial.Para 2013, investimentos programados e já contratados junto a Jica (Agência Japonesa de Cooperação Internacional), prevêem mais de R$ 22 milhões para obras de ampliação da ETE da Lagoa. Segundo a direção da empresa, desde a última vistoria técnica realizada pelo TCE, em abril deste ano, algumas melhorias exigidas já foram atendidas. Garante, também que parte das irregularidades apontadas no relatório foram solucionadas, como a retirada do excesso de lodo da lagoa de evapo infiltração, o que não se confirmou, de acordo com relatório elaborado por técnicos da Fatma em junho.
Outras adequações e recomendações exigidas pelo TCE, segundo a empresa, estão em fase de atualização, de forma gradativa. Como muitos casos dependem de licitação, licenciamentos e acompanhamento ambiental para os devidos reparos e manutenção, não há previsão de solução imediata.
Segundo a Casan, ligações irregulares do sistema de águas da residência tem sido outro problema detectado pela fiscalização. Exemplo são as calhas ligadas a rede de esgoto sanitário, quando deveriam ser conectadas ao sistema de drenagem pluvial.

Arte/ND

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ETE POTECAS 2





29/08/2012 - ETE Potecas de São José/SC
Autor: Dr. Aldo Leão Ferreira Filho

Os graves problemas com o saneamento básico em Santa Catarina, não são exclusividade da Capital Florianópolis.
Segundo o relatório de vistoria e fiscalização nas estações de tratamento de esgoto da CASAN emitido em 29/6/12 pela Fundação do Meio Ambiente – FATMA do Estado de Santa Catarina, existem graves danos e crimes ambientais cometidos pelos gestores da CASAN, desta feita, na Estação de Tratamento de Esgoto Potecas – ETE POTECAS, localizada no município de São José/SC, no bairro de mesmo nome.
Na fiscalização realizada na referida ETE, nos dias 29/3/12 e 22/06/12, foram constatados diversos problemas, entre os quais podemos citar: a falta de licença ambiental de operação; a ocorrência de maus tratos a animais (cavalos bebendo esgoto?!!!); a contaminação do solo por efluente não tratado (tratamento preliminar); ausência de manutenção corretiva e preventiva na estação; falta de procedimentos de manutenção e operação orientadores; falta do manual de procedimentos de emergência; problemas estruturais no tratamento preliminar; presença de jacarés nas lagoas de estabilização segundo o operador da ETE; acessibilidade difícil no tratamento preliminar (caixa de areia e caixa de gordura); problemas estruturais no tanque de chegada; falta de laboratório no local para as rotinas operacionais diárias; equipamento usado no tratamento preliminar danificado há 6 meses, forçando by-pass para a lagoa de estabilização; não segregação de resíduos no sistema preliminar (mistura de areia e material grosseiro); vazamento no tratamento preliminar; falta de registro de rotinas operacionais.
Além destes problemas, a fiscalização do órgão estadual na ETE POTECAS, constatou ainda: o armazenamento e a disposição inadequada de resíduos; a contaminação do solo por falta de impermeabilização nas lagoas de estabilização; a falta de queimador de gás metano proveniente da lagoa anaeróbia; a emissão de odores; a erosão no rio devido ao lançamento de efluente final da ETE; Espuma no efluente lançado no rio, indicando a presença de detergentes contaminantes do corpo receptor; ponto de lançamento dos efluentes finais sem capacidade para suportar a vazão da ETE;  falta do sistema de desinfecção final; o lodo residual biológico fica estocado dentro das lagoas, não havendo um sistema de tratamento do mesmo; a contaminação do corpo hídrico receptor e o parâmetro do efluente final que não atende as normas vigentes, o que acarretou a emissão dos autos de infração N. 447-D e 448-D, pela FATMA.
A ETE POTECAS foi construída há cerca de vinte anos, e a população local convive com os problemas relatados e o forte mau cheiro que atinge um raio de cerca de 5 km, decorrente da não conclusão das obras de cobertura dos tanques da estação.
Segundo a Associação de Moradores de Potecas, há dois anos a obra devia estar concluída, para a qual foram alocados cerca de R$ 5 milhões.


ETE POTECAS


Mau cheiro e incertezas cercam os moradores de Potecas

A não conclusão da obra nos quatro tanques da estação de tratamento de esgoto preocupam moradores, principalmente por conta da saúde

imgCarol Ramos
@carolramos_ND
SÃO JOSÉ

Apesar da expansão imobiliária, o bairro Potecas, em São José, é marcado pela aflição diária causada pelo mau cheiro e discriminação, advindos com a instalação da estação de tratamento de esgotamento sanitário, construída na comunidade há cerca de 20 anos. Desde então, os moradores têm esperado a finalização da obra, de responsabilidade da Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), para tentar minimizar os problemas e viver com mais orgulho do lugar onde moram.
O presidente da Associação de Moradores de Potecas, Zulmar Kamers, reclama do atraso na cobertura dos quatro tanques onde são tratados os materiais, captados de aproximadamente 40% das casas de São José e de outras cidades da região. “O recurso veio através do PAC, no valor de R$ 5 milhões, e era pra ter concluído a obra há dois anos. Até agora não investiram nada em redução de odores”, conta. Kamers reclama também da ausência de uma contrapartida da Casan, para compensar os danos causados ao bairro, aonde o cheiro chega a atingir um raio de até cinco quilômetros.
“A Casan podia muito bem investir em creche e área de lazer, além de terminar a contenção do rio Potecas, que já mudou de curso três vezes. Eles têm que revitalizar e arborizar a margem do rio”, comenta.  Vizinha da estação de esgoto, Adésia Lealdina Silva, 45, se preocupa principalmente com a saúde da família. “Minha mãe é idosa e tem bronquite, com o cheiro que entra em casa ela piora mais ainda. Sem falar que as bijuterias e fechaduras das portas escurecem por conta do gás metano, que também é cancerígeno”, adverte a professora.
Solução em até 90 dias
De acordo com o gerente de construção da Casan, Fábio Krieger, o atraso na obra se deu por conta da necessidade de um ajuste no projeto de cobertura dos tanques, que será concluído em até 90 dias. “Estamos fazendo um reforço estrutural para colocar a cobertura e finalizar a construção nos quatro reatores. Com isso, o gás metano ficará preso ali e será queimado”, explica. A expectativa é de que em no máximo seis meses o mau cheiro seja nulo.
Krieger informa que o projeto de revitalização do entorno do rio Potecas está em análise na Fatma (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) e que em breve a mata ciliar no local será recuperada. Quanto à contrapartida ao bairro em obras públicas, “não foi ajustado nada com a comunidade de construção de área de lazer, nem outra obra em Potecas”, informou.
Publicado em 28/05-09:01 por: Carol Ramos. 
Atualizado em 05/12-21:23

    quarta-feira, 29 de agosto de 2012

    MOSAL repassa denúncia


    Clique no link abaixo para ver a matéria toda, não se esqueçam de fechar o naiz ou trancar a respiração. Isto É TURISMO, ILHA DA MAGIA....
    http://wp.clicrbs.com.br/nasondascombanana/2012/08/27/ecologia-praia-dos-ingleses-pede-socorro/?topo=84,2,18,,,84

    Cadê as autoridades! É para no mínimo começar a ficar preocupado. Olha o estado do riozinho do Zinga, registrei esse crime ambiental hoja na tarde, não é a toa ...
     
    DO LEITOR: Praia dos Ingleses pede socorro?
    27 de agosto de 20121

    NA FOTO: olha o contraste na paisagem. Uma vala quebrando perfeita ao fundo com uma beira de praia podre de poluição doméstica. Ninguém cuida disso na praia dos Ingleses? Peixe nesse rio não se cria nem com "máscara de gás" !!!


    NA FOTO: Imaginem quando o tempo começar a esquentar, o fedor no lugar vai ficar insuportável. Inclusive este já um dos problemas da praia dos Ingleses durante os meses de verão. Isso não é nenhuma novidade, mas parece que deu uma piorada.

    Denuncia de um leitor de Floripa: :-x

    Cadê as autoridades, onde estão os orgãos competente responsáveis pela manutenção do sistema de tratamento de esgoto doméstico da praia dos Ingleses! É para no mínimo começar a ficar preocupado. Olha o estado que se encontra o riozinho que deságua na praia dos Ingleses.
    Registrei esse crime ambiental na tarde deste último domingo (26/08), não é a toa que esta parte da praia hoje é conhecida e chamado pela galera de " shit point ", também olha a condição do lugar, está PODRE!!!!
    Com certeza este é um local impróprio para banho ou pratica do surf no "Zinga". A ilha tá largada as moscas. Turismo de qualidade, chega a ser uma comédia falar isso, as autoridades não cuidam nem das praias. Quer vergonha poder público.

    domingo, 19 de agosto de 2012

    DESFAZENDO CONFUSÕES PLANEJADAS

    Os modelos de Saneamento:

    Modelo Centralizado com emissários submarinos.imposto pela PMF-CASAN - baseado em grandes obras caixa-2 
    (o pessoal do norte da ilha já está experimentando as consequências, antes mesmo da implantação do projeto) 
    Modelo Descentralizado que dispensa emissários defendido pelo MOSAL e comunidades, 100% aprovado no Congresso da Cidade.

    Não existe uma terceira opção de modelo... (ou é centralizado ou descentralizado)

    Quem assim, ouvir algo semelhante a uma terceira opção, pode ter certeza de que está diante de uma arapuca da politicagem.
    Uma terceira "opção" de saneamento é fictícia, criação maquiada para efeito de:

    - confundir a cabeça das pessoas com fins eleitoreiros
    não querer defender abertamente o centralizado da Casan para não se queimar    
       junto às comunidades  
    não querer defender abertamente o Saneamento Descentralizado para não se 
      queimar politicamente com os financiadores de campanhas e politiqueiros.
      

    MOSAL

    Nossos amigos e parceiros denunciam...



    Trecho de mensagem recebida pelo militante do movimento social João Manoel do Nascimento

    Ações da Casan norte da ilha:

    - "Quer centralizar na ETE de Canasvieiras TODO o esgoto do norte da ilha, sob a desculpa de que é "temporário"; 
    - Está terminando as obras de ligação da rede coletora de Ingleses (construída em 2002), com previsão de despejo de esgotos na ETE de Canasvieiras já no mês de agosto (atividade que é contrária até ao Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico- PMISB); 
    - Desativação da ETE da Praia Brava para bombeamento dos esgotos "in natura" para a ETE de Canasvieiras;
    - Desativação da ETE da Vila União para bombeamento dos esgotos "in natura" para a ETE de Canasvieiras; e
    - Ligação dos esgotos de Jurerê "Tradicional" à ETE de Canasvieiras (antes da temporada de verão 2012/2013)."

    Multas
    ICMBio revelou que multou a CASAN em mais de R$ 1,2 milhões pelo severos impactos à Estação Ecológica de Carijós decorrentes das 3 (três) ETEs da região que estão nas imediações desta unidade de conservação federal (Canasvieiras, Vila União e Saco Grande). 



    quinta-feira, 12 de julho de 2012

    OFICINA DE SANEAMENTO- MOSAL INTERESTADUAL!


    Nesta sexta-feira, dia 13 de julho, o MOSAL realizará a I Oficina de Saneamento - Modelo Descentralizado para Esgotamento Sanitário durante a XI Jornada de Agroecologia em Londrina, Paraná.