sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Situação crítica das águas do mar de Santa Catarina

Há menos de 15 dias do início da temporada de verão em Santa Catarina, a Fundação do Meio Ambiente (Fatma) divulgou o primeiro Relatório de Balneabilidade do litoral catarinense, que aponta 21,53% das praias impróprias para banho. A situação mais grave é em Florianópolis, onde 21 pontos, dos 65 monitorados estão sem balneabilidade, totalizando 32,30% dos pontos monitorados.

Foram coletadas amostras em 195 pontos das principais praias do litoral, que totaliza mais de 500 quilômetros de costa. Destes, 42 pontos estão impróprios ao banho. Em relação ao último relatório de 2011, o Norte da Ilha recebeu uma boa notícia: cinco pontos na Praia dos Ingleses e seis em Canasvieiras passaram a ser acessíveis ao banho de mar.

A Fatma monitora 28 prefeituras do litoral a respeito das medidas para resolver o tratamento de esgotos sanitários domésticos. Destes, 14 municípios estão com obras de saneamento em fase de execução ou de licenciamento ambiental. Na temporada a qualidade das águas é afetada pelo aumento da população flutuante e as chuvas intensas de verão que levam um maior número de dejetos e esgoto para o mar.

Saneamento
No Norte da Ilha serão investidos R$ 39 milhões na ampliação do sistema de esgotamento sanitário, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em parceria com a prefeitura e o governo do Estado, através da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Pelo cronograma anunciado pela direção da Companhia serão investidos R$ 500 milhões em recursos nos próximos quatro anos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VOLTA À ILHA ATRÁS DO ESGOTO é matéria no Notícias do Dia

Volta à ilha atrás do esgoto revela quadro alarmante em Florianópolis
Levantamento feito pelo Mosal aponta que no sul da ilha seriam necessaárias 30 estações para que o tratamento de esgoto fosse eficiete
Fábio Bispo
@fabiobispo_nd
FLORIANÓPOLIS
Janine Turco/ND
Despejo de esgoto direto nas águas limpas se torna cada vez mais comum com a falta de fiscalização

Discretamente, embaixo do trapiche, um cano despeja ininterruptamente esgoto no canal da Barra, entre Lagoa da Conceição e praia da Barra da Lagoa. A prática ilegal se repete em quase todos os rios e balneários de Florianópolis sem nenhum tipo de fiscalização. As consequências dessa poluição afetam os balneários, que ficam impróprios para banho, e podem acabar com ecossistemas inteiros. No último sábado, Essa realidade foi constatada de perto pelo coletivo Mosal (Movimento Saneamento Alternativo), que percorreu todas as estações de tratamento ao redor da Ilha para verificar como os resíduos são tratados e devolvidos para natureza.
O reflexo mais direto da poluição que chega às marés é o relatório de balneabilidade apresentado pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente), no último mês de novembro. Pelo menos, 38% das águas de Florianópolis estão comprometidas. E a poluição vem crescendo. Em 2011 foram levantados 25 pontos impróprios para banho na Capital, em 2009 eram 21. “O que verificamos foi um estado de total descaso. O sistema de tratamento de esgoto é praticamente inexistente em Florianópolis”, apontou o ecologista Gert Schinke, integrante do Mosal e presidente da Feec (Federação das entidades Ecologistas Catarinense).
O Mosal visitou 12 ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), pontos que deveriam tratar o esgoto e devolver efluentes com o mínimo de risco ao meio ambiente. Segundo Gert, todas as regiões sofrem com a falta de tratamento do esgoto. A situação mais crítica está no Sul da Ilha. No leste, as estações da Barra da Lagoa e Lagoa da Conceição funcionam perfeitamente, mas não conseguem atender toda a população dos bairros. Um relatório será preparado e divulgado à população e entregue ao Ministério Público do Estado.
Regiões Sul e Norte têm tratamento mais deficiente
No Sul da Ilha a situação é considerada alarmante. Com uma estação com as obras de construção embargadas por irregularidades e outra sem operação, toda a população do Sul da Ilha estaria vulnerável a poluição das marés. “No sul da ilha o tratamento de esgoto é praticamente inexiste”, afirmou Gert. O ecologista argumenta que apesar de muitos condomínios possuírem sistemas de tratamento próprios, o uso não é estimulado pela Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) e muitas não funcionam.
No Norte da Ilha a situação também não é das melhores. A estação dos Ingleses está desativada, assim como a estação da Praia Brava. Em Canasvieiras a estação funciona em situação precária e cerca de 80% das residências não está ligada a rede coletora de esgoto. O Ministério Público move uma ação contra a Casan pedindo o funcionamento perfeito da ETE.
As estações da Vila União e Jurerê Internacional funcionam perfeitamente. A da Vila União atende apenas 424 residências e despeja seus efluentes no Rio Papaquara. Em Jurerê Internacional, a única estação que não está sobre a concessão da Casan, apresenta os melhores resulotados. Cobre 100% das moradias em Jurerê Internacinal e Tradicional.
As outras estações visitadas, no Saco Grande e no Parque Tecnológico do João Paulo, excluem praticamente toda a população desses bairros, segundo Gert. “A do Saco Grande atende praticamente só o Shopping Floripa e do Parqtec só o parque tecnológico, deixando todos os moradores que moram nas redondezas sem tratamento de esgoto”, finaliza.
Problema encontrado em todas as estações foi a entrada de água pluvial na rede de esgoto. A água limpa que entra nos sistemas de coleta sobrecarrega ainda mais a capacidade das estações.
Números oficiais são questionados
Em novembro, quando apresentou o estudo de balneabilidade, o presidente da Fatma, Murilo Flores, declarou que a situação se agravou depois de uma década de inércia da Casan que não realizou planos de saneamento básico. “Historicamente os pontos reprovados se repetem, quase sempre são os mesmos. Isso significa que falta ação”, avaliou ao revelar os estudos.
Dados da Casan dão conta de que 55% da cidade têm tratamento de esgoto, e já foram anunciados investimentos de R$ 343,1 milhões, que aumentariam a cobertura para 75% da cidade.
Em fevereiro, foi lançado o PMIS (Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico) que prevê a coleta e tratamento de 100% do esgoto da cidade. O Mosal questiona os dados apresentados pela Casan. “Está provado que não temos 55% de tratamento de esgoto. O índice não ultrapassa 20%. A casan vende mentiras”, finalizou Gert.
O Mosal defende um sistema descentralizado de tratamento do esgoto. “O esgoto precisa ser tratado localmente. Não temos mais como construir grandes estações e transportar grandes volumes de uma região para a outra. O tratamento se torna impossível”, comenta Raquel Macruz, que integra o coletivo.
Situação das ETE, segundo Mosal
Campeche I: Inoperante
Campeche II: Inoperante. Obras embargadas.
Lagoa: Em Operação
Barra da Lagoa: Em Operação
Ingleses: Inoperante
Praia Brava: Inoperante
Vila União: Em Operação
Canasvieiras: Operando parcialmente
Jurerê Internacional: Em Operação
Saco Grande: Em Operação
Parqtec: Em Operação
Insular: Em Operação

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



ETE Lagoa da Conceição
Beco dos Poetas, próximo à R. Mandala e R. Porto Seguro, travessas das Rendeiras

ETE Barra da Lagoa
Rod. João Gualberto Soares - entre os números 11964 e 16636

ETE  Ingleses - implantada, porém fora de operação
Servidão Três Marias - entre os números 2 e 286 - Cachoeira do Bom Jesus

ETE Praia Brava - desativada
Seguindo até o fim da Av. Tom Trangott Wildi - Praia Brava

ETE Jurerê Canasvieiras 
Subindo a continuação da Rua Deputado Otacílio Costa no cruzamento desta com a Av. Luiz Boiteux Piazza - Cansavieiras


ETE Saco Grande 
Rod. João Paulo - entre os números 2185 e 2883 - Saco Grande

ETE Parque Tecnológico - privado
R. Mané Vicente - Saco Grande

ETE Insular
Av. Gustavo Richard - Centro


sábado, 26 de novembro de 2011

Mais água barrenta em Canasvieiras


Como "prometido" pelo funcionário da Casan, a água voltou a sair barrenta das torneiras em Canasvieiras!
E barrenta, é pouco!!!!

















" Falei com alguns funcionários da CASAN que estão arrumando um vazamento de água próximo a minha casa." diz morador de Canasvieiras.


"A operação de limpeza foi feita em alguns pontos (???) e a água suja acabou ( ???) entrando nos canos de abastecimento de água em Canasvieiras (!!!)"- foi a explicação dada pelo funcionário da Casan a um morador do bairro.
Impressionante e interessante a explicação dada aos indignados que questionaram a cor e a qualidade da água recebida em suas casas esta semana!
Sem aviso prévio, ou maiores explicações sobre como ou quando aconteceria essa operação de manutenção, e pior ainda, sem nenhum alerta sobre a contaminação da rede de abastecimento ou orientações à população sobre procedimentos de prevenção, cuidados ou prazos, a CASAN continua seu trabalho de desserviço. 
Muito embora muitos não bebam a água distribuída pela Casan, fazendo uso de filtros ligados às torneiras ou os populares galões, há uma considerável parte da população que se vê obrigada a consumir a água diretamente das torneiras. Essa, só prá variar, perde mais do que as roupas que se mancharam com água barrenta. 


"Fiz as perguntas com muito cuidado... a informação sai meio embaralhada ...

...essa angustia de não saber porque tanto barro ou qq outra substância que tornam nossa água tão escura.

Estranho é que não comunicaram nada na imprensa e não avisaram a população."

Algumas pessoas já relataram que perderam roupas brancas, edredons e roupas de uso pessoal  quando lavaram na máquina de lavar roupas.

Se alguém tiver chance mande para a imprensa, por favor."

sábado, 3 de setembro de 2011


Nós temos proposta concreta

Na busca de expandir a proposta e aprimorar a compreensão sobre o modelo de tratamento descentralizado de esgotos, o MOSAL já realizou diversas oficinas populares pela cidade. 

O mapa acima retrata o resultado produzido pelos seis grupos de trabalho que reuniram ao todo 100 pessoas na I Oficina que aconteceu no Campeche em 2009. Ele evidencia a clara diferença entre o modelo centralizado da CASAN (mapa à esquerda) - contando com recursos do PAC e de vultosos empréstimos externos, e o modelo prospectado pela comunidade, descentralizado, que respeita as micro-bacias hidrográficas, além dos demais condicionantes sociais e ecológicos.
Modelo Centralizado da PMF- CASA- PAC            Modelo Descentralizado proposta do MOSAL    
1.Desperdício de água na condução de esgoto     1. O ciclo da água é respeitado quando o trata-
   e despejo nas águas do mar                                    mento é feito respeitando-se as microbacias.
2. Desrespeita a Lei federal que determina          2. Respeita as microbacias
   o tratamento do esgoto dentro das bacias
   hidrográficas ( estações elevatórias).
3.Energívoro- alto consumo energético para  3. Econômico e ecológico, muitas das alternativas 
  o bombeamento e transporte do esgoto.              utilizadas não fazem uso de energia elétrica.
4.Controle social dificultado                               4. Controle social facilitado
5. Altíssimos custos                                              5. Muitas das alternativas utilizadas tem baixo                     
                                                                                 custo além de serem artesanais
6.Não Universalização                                         6. A descentralização e complementaridade
                                                                                viabilizam a universalização
7. Não é gerador de renda                                  7. Gerador de renda- permite a qualificação de mão             
                                                                             de obra para implantação e manutenção das 
                                                                             estações e alternativas, localmente.
8. Antiecológica- lodo produzido tem que        8. Ecológica- Há alternativas que tratam o lodo              
    ser encaminhado a aterros sanitários.              produzido por algumas das alternativas.                                        
    Necessidade de emissário submarino que         Dispensa emissários submarinos e garante 
    despejará efluentes nas águas do mar, já        não haver despejo de água doce nas águas
    sobrecarregado e com vida em declínio.           do mar.
Dentre outros.      
                                          
 Outro ponto que pode ser ressaltado, é que o “argumento técnico” no qual se escuda o trio PMF-CASAN-PAC, é falacioso e não resiste à comparação com o modelo descentralizado. Fica claro que não são “quesitos técnicos”, mas sim opções políticas e interesses econômicos que orientam essa conduta. É sempre bom lembrar que a companhia divide generosas bonificações sobre lucros a seus diretores e gasta milhões em “propaganda institucional” na grande mídia - imoralidades diante da situação em que se encontra o saneamento em nosso Estado e na ilha da magia, dando a impressão que há dinheiro sobrando.
Ao divulgar e criticar essas coisas, o MOSAL incomoda a CASAN, seus parceiros e todos aqueles que direta ou indiretamente se beneficiam com esse desastroso esquema.
Mas o MOSAL não só critica - apresenta propostas.

domingo, 30 de janeiro de 2011

SANEAMENTO DESCENTRALIZADO: INSTRUMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 IX SILUBESA - Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1833

Luiz Sérgio Philippi *

INTRODUÇÃO
A situação do saneamento básico no Brasil continua sendo um dos problemas mais
desafiadores para a próxima década, a manter-se o estado atual das políticas públicas
incapazes de dar conta das demandas produzidas pelo crescimento das áreas urbanas e o
agravamento da situação de saúde pública no país.
Passados quase quinze anos do PLANASA, e após a constituição de 1988,  a indefinição
institucional no setor continua gerando discussões que estão sendo conduzidas na
perspectiva da privatização.
Numa leitura mais geral, esta incapacidade de resolver a grande pressão exercida pela
população sobre os recursos hídricos, principalmente em função da inexistência de
sistemas de saneamento adequados, deveria produzir uma readequação de abordagens e
arranjos de modo a permitir a descentralização destes serviços.
Enquanto as prestadoras de serviços de saneamento não incorporarem a perspectiva
contida na política de modernização do setor (IPEA, 1995) , este continuará a depender de
recursos hoje inexistentes e a fomentar uma abordagem privatista pelo governo. Outro
aspecto importante a ressaltar é o relativo aos modelos de gestão, organização e regulação
do sistema de saneamento no Brasil de hoje. Persiste ainda uma desarticulação final
quando se trata da questão do desenvolvimento urbano. Continua-se a pensar o
planejamento em termos de instâncias isoladas - saneamento, transporte, habitação, meioambiente e saúde. Verifica-se no entanto, no setor de saneamento, a necessidade de se
buscar um novo direcionamento para as questões de ordem financeira e institucional.
A década de 90 foi particularmente rica em proposições para o setor de saneamento,
conforme mostram os estudos conduzidos pelo IPEA e publicados com o título de Série
Modernização do Setor Saneamento. Em 1997, foi instituida  a Política Nacional de
Recursos Hídricos ( Lei nº 9.433 de 08.01.97), que cria a figura das Agências de Bacias e
dos Comitês de Bacias Hidrográficas, passo importante para se consolidar a perspectiva da
descentralização e da participação consoantes com a Constituição federal.
Apesar das condições teóricas terem sido aportadas por diversos documentos oficiais,
muito pouco evoluiu nestes últimos anos. “A prestação dos serviços de saneamento está
predominantemente centralizada nas 27 concessionárias estaduais, responsáveis pelo
atendimento de 74% da população servida por sistemas de abastecimento de água em todo
o país” (MPO/SEPURB, 1997). Ainda, segundo aquele texto, “no esgotamento sanitário,
cuja cobertura é muito inferior à do abastecimento de água, a participação dos municípios
é muito relevante, respondendo por 70% dos serviços atualmente prestados”.
Estes dados nos revelam que existe um movimento partindo dos municípios no sentido de
atender demandas da sociedade, especificamente no esgotamento sanitário, motivado por
pressões de grupos sociais, por interesse econômico (turismo), etc. Este fato revela que a
descentralização já se inicia sem no entanto um comprometimento de regulação por parte
do Estado, mais como reação à inércia e a premência de se resolver problemas que estão
na ordem do dia de quase todos os municípios brasileiros.
INTRODUÇÃO
A situação do saneamento básico no Brasil continua sendo um dos problemas mais
desafiadores para a próxima década, a manter-se o estado atual das políticas públicas
incapazes de dar conta das demandas produzidas pelo crescimento das áreas urbanas e o
agravamento da situação de saúde pública no país.
Passados quase quinze anos do PLANASA, e após a constituição de 1988,  a indefinição
institucional no setor continua gerando discussões que estão sendo conduzidas na
perspectiva da privatização.
Numa leitura mais geral, esta incapacidade de resolver a grande pressão exercida pela
população sobre os recursos hídricos, principalmente em função da inexistência de
sistemas de saneamento adequados, deveria produzir uma readequação de abordagens e
arranjos de modo a permitir a descentralização destes serviços.
Enquanto as prestadoras de serviços de saneamento não incorporarem a perspectiva
contida na política de modernização do setor (IPEA, 1995) , este continuará a depender de
recursos hoje inexistentes e a fomentar uma abordagem privatista pelo governo. Outro
aspecto importante a ressaltar é o relativo aos modelos de gestão, organização e regulação
do sistema de saneamento no Brasil de hoje. Persiste ainda uma desarticulação final
quando se trata da questão do desenvolvimento urbano. Continua-se a pensar o
planejamento em termos de instâncias isoladas - saneamento, transporte, habitação, meio 
ambiente e saúde. Verifica-se no entanto, no setor de saneamento, a necessidade de se
buscar um novo direcionamento para as questões de ordem financeira e institucional.
A década de 90 foi particularmente rica em proposições para o setor de saneamento,
conforme mostram os estudos conduzidos pelo IPEA e publicados com o título de Série
Modernização do Setor Saneamento. Em 1997, foi instituida  a Política Nacional de
Recursos Hídricos ( Lei nº 9.433 de 08.01.97), que cria a figura das Agências de Bacias e
dos Comitês de Bacias Hidrográficas, passo importante para se consolidar a perspectiva da
descentralização e da participação consoantes com a Constituição federal.
Apesar das condições teóricas terem sido aportadas por diversos documentos oficiais,
muito pouco evoluiu nestes últimos anos. “A prestação dos serviços de saneamento está
predominantemente centralizada nas 27 concessionárias estaduais, responsáveis pelo
atendimento de 74% da população servida por sistemas de abastecimento de água em todo
o país” (MPO/SEPURB, 1997). Ainda, segundo aquele texto, “no esgotamento sanitário,
cuja cobertura é muito inferior à do abastecimento de água, a participação dos municípios
é muito relevante, respondendo por 70% dos serviços atualmente prestados”.
Estes dados nos revelam que existe um movimento partindo dos municípios no sentido de
atender demandas da sociedade, especificamente no esgotamento sanitário, motivado por
pressões de grupos sociais, por interesse econômico (turismo), etc. Este fato revela que a
descentralização já se inicia sem no entanto um comprometimento de regulação por parte
do Estado, mais como reação à inércia e a premência de se resolver problemas que estão
na ordem do dia de quase todos os municípios brasileiros.




para ver trabalho na íntegra;

*Engenheiro Civil pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre
em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC/USP). Doutor em Saneamento Ambiental pela Université de
Montpellier I, França. Professor do Depto. de Engenharia Sanitária e
Ambiental da UFSC.